Silêncios e palavras que iluminam a vida de Maria

24 de fevereiro de 2014

Apresentado em Roma novo livro do cardeal Lajolo

Um livro com mais de 200 páginas para contar as poucas palavras de Maria, ou melhor, como indica o título, suas palavras e seus silêncios: esta foi a explicação dada ontem pelo cardeal Giovanni Lajolo, presidente do Governo do Estado da Cidade do Vaticano, na apresentação em Roma de seu livro: “Maria. Silêncios e palavras”.

O cardeal, com muita simplicidade, comentou como teve a ideia de escrever este livro, afirmando que não é uma vida de Maria, nem uma exegese, nem um tratado de mariologia, tampouco um livro de ascética. “Mariologia sim – indicou o purpurado -, mas não no sentido de uma teologia elaborada sobre o mistério dessa mulher.”

“Eu tentei simplesmente – acrescentou – apresentar estas palavras e silêncios que manifestam a relação de Maria com as pessoas com quem ela fala ou se comunica.”

Porque, “em última análise, a relação interpessoal é a coisa mais importante. É verdade que prevalece o ser, mas a felicidade não é o que sabemos que somos, mas aquilo que nós somos, e isso aparece nas relações com as outras pessoas. Se observarmos, os nossos silêncios estão repletos de relações pessoais, com os acontecimentos, com o que temos de fazer, ou evitar o que nos espera. Então, quais são essas relações? E assim eu me aventurei nesta análise.”

O livro aborda três tipos de silêncio: o primeiro, impenetrável. Quando Maria está grávida e a situação criada com São José. Se Maria dizia que era obra do Espírito Santo, São José teria pedido alguma prova. E o deixou na maior angústia, porque “só Deus poderia encontrar a solução para a dificuldade em que ela se encontrava”.

Depois, o silêncio transparente, óbvio. Maria era uma mulher normal, como nós, exceto no pecado. Por exemplo, com São José no matrimônio virginal que, no entanto, era um matrimônio em si.

E em terceiro lugar, o silêncio penetrante, como quando ela tentava entender: depois das palavras de Simeão. Ou depois de encontrar Jesus no templo. Ou que mistério tinha com Jesus em suas mãos?

O autor conclui: “Muitos silêncios, porque o mistério de Maria é envolto em grande silêncio. Porque é o Senhor, no meio da noite, quem quis descer até o seu povo. E palavras, porque Maria é a Mãe do Verbo”.

Fonte: Zenit.org