Cidade do México, 20 ago (RV) – Nos últimos meses, centenas de sacerdotes católicos e de pastores protestantes têm sido vítimas de extorsões e de ameaças de morte por parte dos narcotraficantes que operam nas fronteiras entre México e Estados Unidos.
O presidente da Confraternidade das Igrejas Cristãs Evangélicas do México, Pastor Arturo Farela, denunciou que “alguns religiosos mexicanos, e também estrangeiros, foram ameaçados pelo crime organizado, que nos considera uma empresa comercial”.
“Nós incomodamos – declarou ele – porque, por reiteradas vezes, lançamos campanhas de sensibilização para reabilitar os tóxicodependentes e os alcoolistas, e procuramos ajudar as pessoas em dificuldade.”
A Confraternidade é gestora de numerosos centros de reeducação no México, como, por exemplo, a “Clínica Templo Cristão Fé e Vida”, na cidade de Juarez, onde um grupo armado matou 19 pessoas em 11 de junho passado durante um ataque. Essa cidade, na fronteira americana, perto de El Paso (no Texas), virou “campo de batalha” da guerra entre cartéis, pelo controle do tráfico e da distribuição da droga.
28 mil pessoas morreram, desde 2006 até agora, nos confrontos entre polícia e narcotraficantes. A zona considerada mais afetada é aquela entre a Califórnia e o Golfo do México.
O porta-voz da Conferência Episcopal do México, Pe. Manuel Corral, contabilizou que mais de mil pessoas já foram vítimas de ameaças de morte e extorsão. Ele explicou que os cartéis pedem de mil a cem mil pesos por mês. Alguns sacerdotes aceitam pagar, porque é dito a eles que o dinheiro será usados para obras de caridade e, só depois, é que percebem terem entrado em uma espiral de extorsão.
“Em caso de recusa – ressaltou ele – chegam ameaças contra a família, a segurança dos paroquiais, as instalações. Alguns sacerdotes foram obrigados a mudar de paróquia devido a ameaças reiteradas”.
Nas últimas semanas, os responsáveis religiosos do país, católicos e protestantes, multiplicaram os encontros com as autoridades, pedindo soluções, porque, segundo eles, a situação está insustentável.
“Somente na cidade de Juarez – ressaltou o pastor Farela – de uma população total de 1,3 milhões de habitantes, mais de uma centena dos nossos oitocentos presbíteros foram ameaçados de morte”. (ED)
Fonte: Rádio Vaticano