Já são mais de 50 anos de Campanha da Fraternidade no Brasil e pode ser que você ainda não saiba para que ela existe, seus objetivos, suas finalidades. Conheça os motivos que nos levam a aprender hinos novos e acolher o espírito quaresmal de uma forma toda especial e, digamos, “brasileira”.
Este ano, o cerne da reflexão da CF é o cuidado com a criação divina. Motivados por uma série de apontamentos feitos pelo Papa Francisco, desde o início de seu pontificado, sobre o meio ambiente como nossa “casa comum”, o povo de Deus no Brasil é convidado a olhar para as particularidades do nosso ecossistema, acolhê-lo como um dom e cuidar como parte de algo muito maior.
O objetivo da Campanha de 2017, de acordo com o Texto Base, é: “Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”.
Como tudo começou
No início da década de 1960, três padres da Cáritas Brasileira idealizaram um fundo para realizar, como Igreja, atividades assistenciais. O embrião da Campanha que temos hoje foi realizado, pela primeira vez, na Quaresma de 1962 na Arquidiocese de Natal/RN. Cresceu aos poucos e ganhou o apoio de organismos nacionais e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Dentro desse contexto histórico, acontecia também o Concílio Vaticano II, que lançava a Igreja a uma experiência missionária intensa e trazia o protagonismo do leigo como uma resposta para as realidades contemporâneas.
Por que a CF acontece durante a Quaresma?
No tempo da Quaresma, somos chamados a crescer na oração, jejum e esmola. A vivência destes elementos é fundamental para a preparação de cada fiel na expectativa da Páscoa do Senhor e, evidentemente, seu retorno definitivo.
A Campanha da Fraternidade começa na quarta-feira de cinzas, junto com a Quaresma. Ela acontece neste precioso tempo justamente para favorecer a boa preparação de cada um, sob a vivência do tripé citado acima: oração, esmola e jejum.
A cada ano, a CF traz em seus objetivos, reflexões sobre situações vulneráveis e necessitadas de atenção, uma atitude diante das questões apresentadas.
O gesto concreto da CF
Além de reforçar compromissos, propor o conhecimento e o aprofundamento das realidades em que a população está inserida – sobretudo no que tange a questão da preservação dos biomas –, a ação da Igreja atua para além de reflexões teóricas. Como gesto concreto, propõe-se uma coleta para o financiamento de projetos que atuem diretamente nos objetivos da campanha.
Esta coleta é destinada ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) e visa promover a fraternidade entre as diversas regiões no intuito de erradicar a vulnerabilidade e risco. Todo o processo acontece por meio de edital que acolhe sugestões de projetos de todo o país.
O FNS é composto por 40% de toda arrecadação da Coleta Nacional da Solidariedade, realizada em todas as dioceses, paróquias e comunidades durante o Domingo de Ramos. Os outros 60% da coleta permanecem em suas dioceses de origem e compõem o Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS).
Fonte: CNBB