Depois de 18 dias de protestos, o vice-presidente egípcio Omar Suleiman anunciou, na sexta-feira, que o presidente Hosni Mubarak, no poder havia 30 anos, tinha renunciado a seu mandato presidencial e encarregado as Forças Armadas de gerenciar os assuntos de Estado.
Mubarak deixou o Cairo para trasladar-se, junto a sua família, a sua residência de Sharm-el-Sheikh. Os chefes militares afirmaram que garantirão as reformas políticas e a “transição pacífica do poder” anunciadas na noite anterior à renúncia por Mubarak.
Em declarações a ZENIT, o arcebispo Michael Louis Fitzgerald, núncio apostólico no Egito, afirmou que “o ensinamento da doutrina social da Igreja é claro. Toda comunidade humana precisa de uma autoridade que a governe, mas a autoridade não toma sua legitimidade moral de si mesma. Deve atual para o bem comum, usando meios moralmente lícitos para alcançar este objetivo, e não atuando de modo despótico”.
“Como afirma o Catecismo da Igreja Católica, o bem comum comporta três elementos essenciais: o respeito e a promoção dos direitos fundamentais da pessoa; a prosperidade e o desenvolvimento dos bens espirituais e temporais da sociedade; a paz e a segurança do grupo e de seus membros.”
“Cabe aos católicos egípcios – acrescentou Dom Fitzgerald –, como cidadãos de seu país, assumir sua responsabilidade em promover uma sociedade em que se dê mais atenção à justiça e à igualdade”, disse.
Ademais – sublinhou o núncio apostólico –, “os acontecimentos das últimas semanas favoreceram um sentimento de solidariedade entre cristãos e muçulmanos. Seria necessário portanto partir daí para intensificar o diálogo e a cooperação na sociedade, como alentou o recente Sínodo para o Oriente Médio”.
Fonte: Zenit.org