Mianmar: proíbem participação de 4 dioceses na JMJ

24 de fevereiro de 2014

Os bispos proibiram quatro dioceses de Mianmar de enviar delegados à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que se realizará em Madri no próximo mês de agosto.

A razão que justifica esta medida é que vários delegados mianmarenses desertaram durante a JMJ de 2008 em Sydney, pedindo asilo político ao chegar à Austrália, segundo informa Eglises d’Asie, a agência das Missões Estrangeiras de Paris.

A proibição foi feita pelos próprios bispos, segundo o diretor da comissão nacional da juventude católica, Pe. Gérald Pho Khwa.

Cinco jovens originários das dioceses de Hakha, Kalay e Banmaw não voltaram a Mianmar depois da JMJ da Austrália, enquanto um sexto, originário da diocese de Myitkyina, inicialmente pediu asilo e depois mudou de opinião, voltando ao seu país.

Este ano, em cada diocese, o bispo e o diretor da comissão da juventude receberam a petição de garantir que seus jovens delegados não desaparecerão durante a celebração da JMJ.

O diretor nacional da juventude católica disse que espera que os delegados afetados compreendam esta decisão, porque a reputação da Igreja e o futuro dos jovens está em jogo.

Além disso, acrescentou que os jovens dirigentes que representam cada diocese devem provar seu zelo e estar dispostos a trabalhar pela Igreja e pelo seu desenvolvimento, fazendo bom uso da sua participação nos encontros internacionais.

No entanto, esta proibição foi criticada por algumas pessoas envolvidas no acontecimento. O responsável da juventude da diocese de Myitkyina, Anthony Htoi San Aung, considera que a medida é injusta. Em sua opinião, recolhida pela agência Ucanews, os dirigentes da Igreja deveriam ter examinado o problema e encontrado uma solução diferente das sanções.

A secretária da comissão da juventude na diocese de Pathein, Brigitte Su Thet Wei, jovem de 23 anos, opina que esta decisão é lamentável, mas compreensível. “Sinto muito pelos delegados que não terão a oportunidade de ir a Madri – afirmou –, mas não podemos garantir que não imitarão os que desertaram na Austrália.”