Paris, 08 jan (RV) – A quase um ano do terremoto de 12 de janeiro de 2010 que devastou o Haiti, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, apresentou um relatório com o balanço da situação dos menores de idade no país. O nome do documento é “Crianças do Haiti: um ano depois”.
De acordo com os dados do relatório, 4 milhões de crianças e adolescentes estão vivendo situações de extrema precariedade. Eles não têm acesso à água potável, à higiene mínima e ao serviço de saúde e de educação, estando constantemente expostos a doenças e violências de todos os tipos.
Ainda antes do terremoto, somente 19% dos menores tinham acesso aos serviços sociais de base, número que teve uma queda brusca depois do sismo. A UNICEF tem promovido, desde então, campanhas de vacinação contra a poliomelite, o sarampo e a difteria.
As falhas da estrutura administrativas do país para com as crianças e adolescentes foram agravadas e evidenciadas pela crise atual que assola a ilha, onde mais de 50% dos menores não freqüentam escolas e uma a cada três crianças, com menos de cinco anos, sofre de desnutrição crônica.
Enquanto isso, em Roma, o Unicef denuncia que as crianças haitianas estão sendo objeto de tráfico de seres humanos para o exterior, muito provavelmente para adoções ilegais.
A denúncia do Fundo das Nações Unidas para a Infância vem a público às vésperas do primeiro aniversário do trágico terremoto que abalou o país e evidencia a dramática situação em que sobrevivem as crianças haitianas.
O diretor do Unicef-Itália, Roberto Salvan, disse que foi constituída uma força policial que controla das fronteiras, para evitar esse tipo de tráfico cruel. Já foram interceptados milhares de crianças que estavam sendo conduzidas ilegalmente para o exterior, sem a menor garantia de qual seria sua destinação. (ED/AF)
Fonte: Rádio Vaticano