Egito está prestes a se tornar grande nação na África

24 de fevereiro de 2014

Cardeal Sandri comenta situação do país

ROMA, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) – Após a queda de Hosni Mubarak, o cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, disse que o Egito está chamado a ser uma “grande nação” na África.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o purpurado desejou que as atuais autoridades do país se comprometam mais do que nunca para “proteger e defender todos os habitantes do país, particularmente os cristãos, contra a insegurança, os ataques e as perseguições que possam haver contra eles”.

Para o cardeal Sandri, estas mudanças podem ser sinais de “uma esperança para o povo e para a nação”.

Ele se referiu especialmente ao destino da Igreja Ortodoxa Copta, com cerca de 9 milhões de fiéis, e a Igreja Copta Católica, que representa aproximadamente 230 mil fiéis.

“Para a Igreja Copta, tanto ortodoxa como católica, o presente é um momento de grande importância, pois permite aos coptas ortodoxos que se expressem como cristãos, e aos nossos coptas católicos, como católicos, na esperança de que tudo conduza à tranquilidade, a uma vida em comum, à busca do bem comum para todos os egípcios, a fim de construir uma sociedade digna do homem, mais justa e que ofereça a todos a oportunidade de participar da vida pública”, disse ele.

Na entrevista, desejou que fossem incluídos na Constituição os “princípios fundamentais”, como “a dignidade do homem e da mulher, a liberdade de todos, uma vida comum no respeito pelos outros e no respeito pela lei”.

Questionado sobre o risco de que o Egito se torne um novo Iraque, o cardeal Sandri disse que “não seria desejável repetir um novo Iraque, ou seja, uma nova situação que conduza ao êxodo dos cristãos, ao êxodo de pessoas que não são reconhecidas como cidadãos iguais aos outros”.

“No caso do Iraque, essa insegurança forçou o êxodo e estas saídas que empobrecem a nação. O país, sem os cristãos, não é mais o mesmo”, disse ele. Por isso, desejou fortemente que “isso não chegue ao Egito”.

“Espero também que a sabedoria dos egípcios – demonstrada durante todas as manifestações, que foram realizadas de forma pacífica, nas quais manifestaram sua vontade de mudança – permita a construção de um grande Egito, como foi ao longo de toda a sua história. O Egito está prestes a se tornar uma grande nação na África, também na relação com seus vizinhos”, acrescentou.

O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais desejou, finalmente, “que as atuais autoridades do país procurem – durante este processo de transição e no futuro – proteger e defender todos os habitantes do país, particularmente os cristãos, da insegurança, dos ataques e das perseguições que possam existir contra eles, como já foi mostrado nos ataques, especialmente contra a Igreja Copta de Alexandria”.

(Marine Soreau)