Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a Palavra de Deus. (Efésios 6,1).
O que a Igreja precisa não é de novos métodos de evangelização, mas de homens e mulheres que o Espírito Santo possa usar, homens e mulheres íntimos da Palavra, vigorosos na oração, que cumprem a força de anunciar a Palavra em sua essência. Os métodos não são os meios pelos quais o Espírito Santo flui com liberdade. As técnicas da evangelização são boas, mas ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo (EN -75). O Espírito Santo não unge planejamentos e sim homens e mulheres de oração, íntimos da Palavra.
Na tentação, Jesus usou a Espada (Palavra) para se defender das tentações e derrotar os argumentos de satanás. Se em nossos grupos de oração, conhecermos a Palavra, poderemos usar a passagem certa para cada tipo de ataque e insinuação do maligno, pois conforme Hebreus 4,12, a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes.
O Senhor tornou a boca do profeta Isaías, semelhante a uma espada afiada (cf. Is 49,2), semelhante a mesma espada afiada que sai da boca do cavaleiro fiel e verdadeiro de Apocalipse 19,11.15. Espada afiada, pronta a discernir os pensamentos e intenções do coração.
Uma espada serve para lesionar, ferir, assim é a Palavra de Deus, fere nossas próprias vontades, fere o nosso ego, contraria nossas paixões, mas tenhamos em mente; “bem aventurado o homem a quem Deus corrige! Não desprezemos a lição do Todo-poderoso, pois Ele fere e cuida; se golpeia sua mão cura” e o faz por amor(cf Jó 5,18).
A palavra nos exorta em I Coríntios 9, que todos os atletas impõem a si muitas privações. Imaginemos um atleta que sofra alguma lesão muscular. Diante de seus esforços, para vencer essa lesão, ele precisa passar por um processo de 3 fases: 1ª Fase de Destruição, caracterizada pela ruptura, formação de hematoma e reação inflamatória; 2ª Fase de Reparação, caracterizada pela produção de cicatriz, conexão dos tecidos e revascularização; 3ª Fase de Remodelação, caracterizada pela reorganização dos tecidos e recuperação da capacidade funcional do músculo.
As dores em lesões são comuns. Assim quando a Palavra de Deus é anunciada com parresia, unção e intrepidez no Espírito, e contraria nosso modo de viver, parece nos ferir, nos golpear, porém, estes golpes nos conduzem ao rompimento com a vida velha. Inicialmente isso é dolorido, mas se perseverarmos na Palavra, aos poucos nossa vida começa a ter uma nova conexão, brechas vão sendo reparadas pelo poder da Palavra e começamos a nos configurar a Cristo, chegando à unidade da fé e do conhecimento de Deus, até atingirmos o estado de homem feito a estatura da maturidade de Cristo, o Ungido do Pai.
Ademir Humberto de Lima Rissi
Coordenador Estadual do Ministério de Pregação RCCPR
Fonte: RCC Brasil