Amados irmãos em Cristo Jesus, viver a experiências de seremos avós é uma graça que Deus nos concede, graça essa de podermos ver a manifestação de Deus gerando vidas por intermédio de gerações oriundas de nossas entranhas.
Assim como essas dádivas são presentes de Deus, temos que zelar por esses grandiosos tesouros que são nossos netos.
A importância dos avós como guardiões da fé, na vida e na transmissão dela nesse peregrinar de uma vida que culmina sempre em um novo renascer, é muito importante e especial, pois o tempo e a distância cronológica que separa avós e netos, jamais será menor do que o passar dos anos.
A sabedoria contida na vivência dos mais velhos, a fé que é sustentada por meio da revelação divina e por meio da tradição, mesmo vivendo no mundo da tecnologia, da informatização, do mundo digital, jamais irá sobrepor a ideia de que os mais velhos não superam e não acompanham a evolução do tempo e da era moderna.
São Paulo quando escreve a Timóteo, nos revela que é pela simplicidade, sinceridade, lealdade e fé de nossos antecessores, que também habita essa fé em nossos corações, pois essa transfusão de fé nos fortalece, nos direciona a uma fé profunda e sólida. “Evoco a lembrança da tua fé sincera, que também foi a da tua avó Loide e de tua mãe Eunice e não duvido que é a tua” (cf. 2 Tm 1, 5).
Desde outrora Deus já exortava por meio de Moisés sobre os ensinamentos que devíamos sempre trazer em nossa memória, passando para nossos filhos e também a seus filhos, que é amá-lo, adorá-lo e servi-lo (cf. Dt 1, 5). Nossas crianças precisam aprender desde pequenos que existe um Deus que nos ama e por amor entregou seu único Filho para nosso resgate, para nossa salvação.
Assim com essa sabedoria, vivência e tradição nos tornamos para nossos netos “avós guardiões da fé”.
“Para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados” (cf. Dt 6, 2).
Repitam essas leis em casa e fora da casa, quando se deitarem e quando se levantarem. Contem aos seus filhos e netos o que aconteceu no monte Sinai naquele dia em que vocês estiveram na presença do Senhor, nosso Deus quando Ele me disse: “Reúna esse povo na minha presença para que escutem o que eu vou dizer, a fim de aprender a temer-me a vida inteira e assim ensinem a seus filhos”.
O salmo 127 nos diz, “assim será abençoado aquele que teme o Senhor, de Sião te abençoe o Senhor em todos os dias de tua vida e goze de prosperidade de Jerusalém, para que possa ver os filhos de teus filhos. Reine a paz em Israel”.
Portanto amados, é responsabilidade dos pais que um dia serão avós, deixarem para seus filhos essa herança que ninguém pode tirar, porque ela é a marca e o selo do amor de Deus, pois pais e avós são instrumentos na construção de uma família e de uma sociedade que reza e acredita nos planos de Deus.
A exortação apostólica do papa Francisco Amoris Laetitia – “sobre o amor na família”, vem nos direcionar no seguinte propósito: “É bonito quando as mães ensinam os filhos pequenos a enviar um beijo para Jesus ou a Nossa Senhora, quanta ternura há nisso! Naquele momento os corações das crianças transformam em casa de oração. A transmissão da fé pressupõe que os pais receberam e viveram uma experiência real de confiar em Deus. Como é bonito quando os filhos chegam à casa dos pais e dizem: ‘Bênção Pai, Bênção Mãe’ e quando os pais falam para seus filhos toma benção da vovó e do vovô”. No momento da resposta: “Deus te abençoe”, toda a manifestação da graça, do amor e da misericórdia de Deus é derramada de forma abundante em suas vidas.
Mas infelizmente hoje a modernidade está tomando conta de nossas crianças, de nossos jovens, que estão perdendo esta prática tão antiga, este gesto de demonstração, de gratidão e respeito com os avós. Vivemos em um tempo em que muitos pais e mães precisam trabalhar fora para ajudar no sustento da família. Assim, mesmo perdendo a tradição antiga a presença dos avós vem para ajudá-los e exercer um papel de suma importância, ou seja, transmitir a seus netos os valores de uma vida cristã autêntica, de oração e participação.
Enfim, mostrar que pela ação do Espírito Santo nos tornamos testemunhas na sociedade, na escola e no lazer que os valores éticos e morais fazem parte de suas vidas, pois trazem de seus pais e avós o que Deus manifestou a nossos antepassados. Amar a Deus de todo coração, com toda sua alma e todo seu entendimento.