“Não conheço esse homem de quem falais” (Mc 14, 71)
“Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor” (At 9, 1)
Quando falamos sobre São Pedro e São Paulo, Colunas da Igreja, muitas vezes não recordamos deste passado que ambos viveram antes de encontrar o Senhor. Porém, é de suma importância analisarmos este passado para percebermos tamanha ação do Espírito Santo na vida destes.
Quando analisamos a vida de Simão, filho de Jonas, vamos perceber um homem com medo quando está longe de Jesus. Perto de seu Mestre ele era capaz de pegar uma espada e decepar a orelha de um soldado que queria prendê-Lo (Lc 22, 50), mas longe de Cristo não tinha coragem de testemunha-Lo para uma criada, negando assim o Senhor. Após Pentecostes, este mesmo Pedro “medroso”, através da ação do Espírito Santo, é o primeiro a pregar a Boa Nova (At 2, 14-36), a proclamar curas em nome de Jesus (At 3, 6), o primeiro a testemunhar a ressurreição para os chefes do povo e anciãos e com isso elevar em 3 e 5 mil o número de fiéis (At 4, 1-12), o primeiro a orar pelo ressuscitar de uma pessoa (At 9, 36-43), entre tantas outras manifestações de ousadia.
Simão era aquele que não sabia o que fazer. Aquele dia, após a morte do Senhor, estava tão perdido e conturbado que queria voltar a vida velha, queria voltar a pescar (Jo 21, 3)! Agora, pela ação do Espírito, tem certeza da vontade de Deus e a desempenha sem temor, mesmo que seja pregar para os pagãos (At 10, 24-48) ou para defender este posicionamento como vontade e ordem do Espírito Santo (At 11, 1-18).
Pedro não era mais Simão, tudo pela ação do Espírito Santo!
Agora, analisando a vida de Saulo, vamos perceber também várias mudanças no homem pela ação do Espírito Santo. ‘Saulo’, que significa ‘grande’, passa pelo transformar do Espírito a se chamar Paulo, que quer dizer ‘pequeno’. Isso vem refletir de maneira sem igual a postura do apóstolo que antes, se orgulhava de sua posição e conhecimento, se colocando acima de todos inclusive como juiz para condenar e prender, uma vez que vai pedir ao príncipe dos sacerdotes cartas de autorização para prender os cristãos primitivos (At 9, 1s), agora é pequeno nas mãos do Senhor, deixando o Espírito o conduzir para onde desejar e pregar aqueles que Deus escolher.
Outro ponto que podemos perceber na transformação que o Espírito promove é o desejo de unidade. Aquele que antes perseguia, dividia, autorizava apedrejar, agora faz questão de buscar e encontrar Pedro (Cefas), mostrando assim que o Espírito gera a unidade entre os que são Dele. Mesmo as vezes tendo o ímpeto de realizar exortações a Pedro, Paulo sempre as faz com caridade e não no ímpeto de dividir, pois a ação do Espírito Santo não gera a divisão.
Peçamos que o Espírito Santo realize em nós essa graça, de sermos conduzidos e obedientes a Sua voz como foram São Pedro e São Paulo, Colunas da Igreja.
São Pedro e São Paulo, rogai por nós!
Klaus Newman
Grupo de Oração Mikdash
Diocese de Anápolis (GO)