Somos a Renovação Carismática Católica! Movimento eclesial que atende aos critérios de comunhão e missão da Igreja.
No nível da comunhão (koinonía) e no nível do serviço (diakonía). É, portanto, a esse segundo grupo que pertencem os “Carismas”. Os carismas fazem parte da nossa trilogia identitária. “A identidade da Renovação pela prática dos carismas é tão veemente que dispensa maiores análises. Basta lembrar que o próprio nome com a qual nos designam – ‘carismáticos’ – advém dessa prática” (Apostila Identidade da Renovação Carismática Católica, Módulo Básico).
Os carismas são dons, são presentes do Espírito Santos para nós. “Mas é o único e mesmo Espírito que isso tudo realiza, distribuindo a cada um dos seus dons, conforme lhe apraz” (I Cor 12, 11). O Frei Raniero Cantalamessa, pregador da casa pontifícia, em seu livro “A poderosa unção do Espírito Santo” nos explica que carisma é uma manifestação ou epifania do Espírito para a Igreja. Desta forma, podemos compreender que os carismas são manifestações extraordinárias do Espírito Santo, acessíveis para todos os fiéis, pois são ordenados à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às necessidades do mundo. (cf. CIC 799).
Abordaremos neste espaço um dos carismas que compõem o grupo dos dons efusos do Espírito Santo, o carisma da interpretação das línguas, que é um dom de inspiração. É importante situarmos esse carisma dentro da nossa realidade de Grupo de Oração, a célula fundamental da Renovação Carismática Católica, onde os “carismas devem ser manifestados sem restrições, pois fazem parte do ‘Ver e ouvir’ que convence aqueles que estão chegando” (Apostila Grupo de Oração, Módulo Básico)
Qual carismático ainda não ouviu um canto ou profecia em línguas dentro da reunião de oração? Essa manifestação do Espírito ocorre dentro do ciclo carismático: louvor – oração – silêncio – profecia – louvor. Geralmente, depois da oração em línguas no momento de silêncio que segue (Escuta ao Senhor), uma voz se destaca em meio à assembleia e é nesse momento que todas as outras vozes se calam para ouvir, quer seja um canto profético em línguas, que uma profecia (falada ou orada) em línguas. Esse é, em especial, um dos grandes momentos dentro da dinâmica da reunião de oração, pois todos sentem que o Espírito está agindo de modo extraordinário na assembleia.
O carisma da interpretação das línguas é a faculdade de perceber o sentido da oração ou da profecia em línguas. Não se confunde com (tradução), é um impulso, através de uma unção espiritual, por meio do qual a pessoal capta o sentido da mensagem e comunica-a, para torna-la compreensível aos membros da comunidade. (Apostila Carismas, Módulo Básico). “É por isto que aquele que fala em línguas deve orar para poder interpretá-las” (I Cor 14, 13). O intérprete sente-se compungido pela ação do Espírito e se lança confiantemente no exercício do dom.
Pode acontecer, não raramente, de haver mais de um intérprete para aquela determinada “profecia ou canto em línguas”. O critério deve obedecer ao dom do “discernimento dos espíritos e como no exercício do dom da profecia geralmente são aceitas quando confirmadas pela assembleia. Algo importante, a saber, é que nem toda oração em línguas é uma profecia em línguas, esta última só acontece quando há uma unção profética que é bem específica, é quando o Senhor deseja falar ao seu povo quer seja para: edificar, exortar ou consolar” (cf. I Cor 14,3).
“Por conseguinte, irmãos, aspirai ao dom da profecia e não impeçais que alguém fale em línguas. Mas tudo se faça com decoro e com ordem” (I Cor 14, 39-40).
Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai e enchei os corações com vossos dons celestiais! (Oração Veni Creator Spiritus)
Mª Anete Marçal Reis
Fonte: RCC Brasil.